"Sobre ser mulher:
Tenho tantas mulheres atrás de mim.
Em mim vive a grandeza do ser mulher.
No meu corpo e no meu coração meus pais estão juntos.
A eles: muito obrigada.
Eu sou uma mulher como todas as anteriores.
E como elas: grande."
(#JoanGarriga)
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Relacionamentos, por Bert Hellinger e Joan Garriga — Constelação Sistêmica
Este artigo conta com a transcrição de trechos de textos de Bert Hellinger e Joan
Garriga, dois importantes pioneiros no olhar sistêmico trazido pela Constelação
Sistêmica. Leia e conheça um pouco mais sobre este olhar que tem trazido novos
ou padrões para a relação conjugal, tanto no vemos como “bem” quanto no “mal.”
Por isso, para que a união seja bem-sucedida, precisam testar os modelos que
receberam dos pais e, eventualmente, desprender-se dos padrões antigos e encontrar
novos padrões para sua relação.
Nisso frequentemente se defrontarão com sentimentos de inocência e de culpa.
Se adotarem os padrões que lhes foram transmitidos, mesmo que sejam ruins,
experimentarão um sentimento de inocência.
Se abandonarem os padrões recebidos, mesmo que os novos sejam melhores,
experimentarão um sentimento de culpa. Somente ao preço dessa culpa — respeitosa
— poderão conseguir o bem e a felicidade em sua união.
Bert Hellinger, no livro “Amor do espírito”
“As ordens do amor entre o homem e a mulher são diferentes das ordens do amor entre
pais e filhos. Por isso a relação do casal sofre abalo e fica perturbada quando o casal
transfere irrefletidamente para ela as ordens do relacionamento entre pais e filhos.
Se, por exemplo, numa relação de casal, um parceiro busca no outro um amor
incondicional, como uma criança busca em seus pais, ele espera receber do outro
a mesma segurança que os pais dão a seus filhos.
Isso provoca uma crise na relação, fazendo com que aquele de quem se esperou
demais se retraia ou se afaste. E com razão, pois ao se transferir para a relação
de casal uma ordem própria da infância, comete-se uma injustiça para com o parceiro.
Quando, por exemplo, um dos parceiros diz ao outro: “Sem você não posso viver”
ou: “Se você for embora eu me mato”, o outro precisa se afastar, pois tal exigência
entre adultos no mesmo nível hierárquico é inadmissível e intolerável.
Já uma criança pode dizer algo assim a seus pais, porque sem eles realmente
não pode viver. Inversamente, se o homem ou a mulher se comporta como se
fosse autorizado a educar o parceiro e tivesse a necessidade de fazê-lo, arroga-se,
em relação a alguém que lhe é equiparado, direitos semelhantes ao dos pais em
relação aos filhos.
Neste caso, frequentemente o parceiro se esquiva à pressão e busca alívio e
compensação fora do relacionamento. Portanto, faz parte das ordens do amor
na relação entre o homem e a mulher que ambos se reconheçam como iguais.
Qualquer tentativa de colocar-se diante do parceiro numa atitude de superioridade,
própria dos pais, ou de dependência, característica da criança, restringe o fluxo do
amor entre o casal e coloca em perigo a relação. Isso também se aplica ao equilíbrio
entre o dar e o tomar.
Na relação de pais e filhos, são os pais que dão e são os filhos que tomam. Toda
tentativa dos filhos de aplainar o desnível existente entre eles e seus pais é frustrada.
Por essa razão, os filhos permanecem sempre em dívida com seus pais, e quanto menos conseguem pagá-la, tanto mais intimamente permanecem vinculados a eles.
Porém, como querem afirmar-se e desenvolver-se através de suas próprias ações, o
sentimento de dívida que os vincula aos pais os motiva também a sair de casa. Se
um dos parceiros der ao outro como um pai ou uma mãe dá a uma criança, por
exemplo, custeando-lhe uma formação superior durante o casamento, aquele que
recebeu tanto já não pode equiparar-se ao doador.
Embora permaneça obrigado a agradecer-lhe, geralmente o deixará quando se formar.
Só poderá equiparar-se novamente ao parceiro e permanecer com ele quando o
compensar plenamente, tanto pelas despesas quanto pelo esforço.”
Para quê serve um Relacionamento
por Joan Garriga, no livro “O amor que nos faz bem.”
Uma das necessidades mais profundas dos seres humanos é a de pertencer, de
estar em contato. de se sentir unido amorosamente a outras pessoas.
Quando crianças, experimentamos uma grande felicidade ao sentir que pertencemos
a nossa família, não importa se a atmosfera é alegre ou tensa. Vivemos essa sensação de pertencimento como uma benção em nosso coração.
Depois crescemos e, como adultos, continuamos pertencendo a nossa família, mas já não expetimentamos a doce sensação de pertencer aos nossos pais. Passamos a ter a
necessidade de ter essa sensação de pertencimento com outras pessoas, especialmente
com um(a) parceiro (a).
Ao nos comprometermos comum caminho de amor, como adultos, escolhendo um(a) companheiro(a), criamos o âmbito para um novo núcleo familiar, com filhos ou sem
eles, e experimentamos de novo a sensação de pertencer a algo.
“ O relacionamento afetivo não é uma relação de ajuda, mas uma relação que ajuda.
Ajuda o desenvovimento pessoal, às vezes por meio da alegria, mas outras vezes por meio do sofrimento e do desânimo conscientemente aceitos. Provavelmente, nada ajuda mais o
próprio crescimento que assumir de maneira consciente a dor e dar-lhe um espaço
dentro de nós mesmos.”
Joan Garriga
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