quarta-feira, 21 de agosto de 2019



"Ser família NÃO supõe compartilhar sempre as mesmas opiniões e os mesmos pontos de vista. E nem por isso devemos julgar, censurar e, menos ainda, desprezar. Comportamentos como estes criam distâncias e fazem que, no dia a dia, encontremos maior lealdade nos amigos do que na família."



Julgamento-
A técnica de Constelação Familiar tem um olhar amplo para as coisas, situações e pessoas, adotamos a postura de entendermos com o olhar sistêmico, que nunca! podemos e, ou temos o direito de julgar, condenar e ou apontar.
Pois quem assim o faz, se considera acima de tudo e todos, não inclui alguém do seu sistema, alguém que precisa ser olhado. Esta pessoa provavelmente esconde algo, alguma coisa que ainda não foi vista. O sistema vai encarregar de revelar em algum momento.














Todos nós estamos, de alguma forma, “emaranhados”.
Isso não é bom, nem ruim. Pode acontecer que alguns de nós, por causa destes emaranhados, temos mais dificuldades na vida e então podemos buscar possibilidades de cura e solução. Para isso a constelação familiar serve muito bem. Quando estamos enredados nas histórias de nossos familiares a constelação pode mostrar com clareza onde podemos encontrar o equilíbrio.
Quando constelamos uma família; seja a família de origem por exemplo, com os pais, irmãos ou avós; ou a família atual, que são os cônjuges e filhos; podemos descobrir os emaranhamentos em que estão envolvidos alguns de seus membros. Pessoas participantes do grupo se associam e sentem, imediatamente assim como estão se sentindo as pessoas a quem representam. Isso fica claro, e o cliente até consegue identificar quem são…Sabemos que isso é possível pelo campo morfológico, e a história de antepassados pode surgir com toda a sua verdade.
Também podemos ver na constelação se alguém foi excluído e a força que isto tem. Muitas vezes a família deixa de lado alguém que não foi adequado ou que causou algum mal à outros; e não mencionam mais esta pessoa, até a tentam esquecer…Porém a Vida não julga, apenas aceita a todos como são, e a exclusão causa danos aos que pertencem ao sistema familiar. Vê-se também se alguém quer morrer; e se um filho quer “ajudar” a seus pais, assumindo dores e sofrimentos. Assim os movimentos vão acontecendo e direcionam onde está o emaranhamento. O constelador confia no que se mostra, com o olhar neutro e sem nenhuma intenção.
Compreendemos o que a imagem nos quer dizer, e assim se revela o necessário.
Então podemos perceber na constelação que as mesmas forças que causam as dificuldades também atuam na solução!
E o que causou um emaranhado pode ser liberado com a compreensão e aceitação, pois os movimentos que o cliente percebe são suficientes para que promovam as mudanças necessárias.
Algumas vezes já disse nos cursos em que sou ministrante, que ao nos depararmos com uma pessoa problemática, amarga ou insensível, podemos olhar para ele(a) com tolerância, percebendo que não é uma pessoa “má”; apenas está emaranhada…
Nem sempre um emaranhado é complexo, às vezes pode ser algo simples, como a profissão escolhida, ou a missão que o cliente sente que deve seguir. E, com a clareza da constelação perceberá os motivos de sua escolha, ficando livre para continuar com alegria; ou para abandonar algo que era “pesado” e difícil. E a missão, que ao mesmo tempo nos obriga e nos dá força, fica leve quando reconhecemos que nossas escolhas não são meros acasos.
Bert Hellinger nos diz que as constelações, fundamentalmente tratam de nosso futuro e nos levam para frente. Nosso professor Wolfgang Dreusser, da Hellinger Schulle, nos mostrou em nosso último módulo de Direito Sistêmico, uma imagem belíssima: a força positiva que adquirimos como impulso ao futuro quando olhamos para nossos pais assim como eles são e os aceitamos, vendo atrás deles a grandeza da Vida!
Os emaranhamentos que aparecem nas constelações fazem parte da história de cada pessoa e devem ser olhados com respeito. Cada história é única, e igualmente boa. Constelar é um trabalho sério, não se pode fazer de maneira superficial e deve ser encarado com responsabilidade por ambos: cliente e constelador.




O sangue nos faz parentes, a lealdade nos torna uma família



Todo mundo tem uma família. Ter uma é algo fácil: todos nós temos uma origem e raízes. Entretanto, mantê-la e saber como construí-la, alimentando o vínculo diariamente para conseguir que ela se mantenha unida, já é uma outra questão.
Todos nós dispomos de mãe, pais, irmãos, tios… Às vezes de grandes núcleos familiares com membros que, possivelmente, já deixamos de ver e com quem não convivemos. Precisamos nos sentir culpados por isso?
A verdade é que, às vezes, sentimos uma certa obrigação “moral” de nos darmos bem com aquele primo com quem compartilhamos pouquíssimos interesses, e que tantos desprazeres nos causou ao longo de nossa vida. Pode ser que o sangue nos una, mas a vida não nos encaixa com nenhuma peça, então nos afastarmos ou mantermos um relacionamento justo e pontual não deve ser motivo de nenhum trauma.
Porém, o que acontece quando falamos dessa família mais próxima? De nossos pais ou irmãos?

O vínculo vai além do sangue

Chegamos a este mundo como se tivéssemos caído de uma chaminé. Neste momento, nos vemos unidos a uma série de pessoas com as quais compartilhamos o sangue e os genes. Uma família que nos fará caber em seus mundos particulares, em seus modelos educativos, que tentarão inculcar seus valores, mais ou menos certos…
Às vezes, tende-se a pensar que ser família supõe compartilhar algo além do sangue ou mesmo uma árvore genealógica. Há quem, quase de forma inconsciente, acredita que um filho deve ter os mesmos valores dos pais, compartilhar uma mesma ideologia e ter um padrão de comportamento semelhante.
família
Há pais e mães que se surpreendem por ver o quão diferentes os irmãos podem ser entre si… Como pode ser assim se são todos filhos de um mesmo ventre? É como se dentro do núcleo familiar tivesse que existir uma harmonia explícita, onde não existem excessivas diferenças, onde ninguém deve sair do “padrão” e tudo está controlado e em ordem.
Entretanto, algo que devemos saber claramente é que nossa personalidade não é 100% transmitida geneticamente; podem ser herdadas algumas características e, sem dúvidas, ao viver num entorno compartilhado iremos compartilhar uma série de dimensões. Mas os filhos não são moldes dos pais, e os pais nunca vão conseguir que os filhos sejam como suas expectativas querem.
A personalidade é dinâmica, é construída no dia a dia e não atende às barreiras que, às vezes, os pais ou as mães tentam impor. É aí que, muitas vezes, aparecem os habituais desapontamentos, as “colisões”, as desavenças…
Para criar uma ligação forte e segura a nível familiar, devem ser respeitadas as diferenças, promover a independência ao mesmo tempo que a segurança. É preciso respeitar a essência de cada pessoa em sua maravilhosa individualidade, sem colocar muros, sem censurar cada palavra e comportamento…

Segredos de famílias que vivem em harmonia

Às vezes, muitos pais veem como seus filhos se afastam do lar familiar sem estabelecer mais contato. Há irmãos que deixam de se falar e famílias que veem quantas cadeiras vazias jazem no silêncio da sala de casa.
A que se deve isso? Está claro que cada família é um mundo, um micromundo com suas regras, suas crenças e, também, com as cortinas abaixadas onde só elas mesmas sabem o que aconteceu no passado, e como se vive no presente.
Entretanto, podemos falar disso baseados em alguns eixos básicos que devem nos fazer refletir.
– A educação tem como a finalidade dar ao mundo pessoas seguras de si mesmas, capazes e independentes, para que possam alcançar sua felicidade, e, por sua vez, saibam oferecê-la aos demais. Como se consegue isso? Oferecendo um amor sincero que não impõe e que não controla. Um carinho que não censura como alguém é, pensa ou age.
– Não devemos responsabilizar sempre os demais pelo que acontece com a gente. Não é necessário culpar a mãe ou o pai por ainda hoje em dia, você se sentir insegura e incapaz de fazer determinadas coisas. Ou aquele irmão que, talvez, sempre foi melhor atendido ou cuidado do que nós mesmos.
Está claro que, na hora de educar, sempre são cometidos alguns erros. Mas nós também devemos ter o controle de nossa vida e saber reagir, ter voz, e saber dizer “não”, e acreditar que somos capazes de empreender novos projetos com segurança e maturidade, novos sonhos sem sermos escravos das lembranças familiares do ontem.
Ser família NÃO supõe compartilhar sempre as mesmas opiniões e os mesmos pontos de vista. E nem por isso devemos julgar, censurar e, menos ainda, desprezar. Comportamentos como estes criam distâncias e fazem que, no dia a dia, encontremos maior lealdade nos amigos do que na família.
– Às vezes, temos a “obrigação moral” de ter que continuar mantendo contato com parentes que nos fazem mal, que nos incomodam, que nos censuram. São família, não cabe dúvida, mas devemos ter em conta que o que importa de verdade nessa vida é ser feliz e ter um equilíbrio interno. Uma paz interior. Se estes ou aqueles familiares prejudicam nossos direitos, devemos impor distância.
A maior virtude de uma família é aceitar a si e aos outros tal e como são, em harmonia, com carinho e respeito.






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