quinta-feira, 15 de agosto de 2019

BIOGRAFIA DE BERT HELLINGER

Bert Hellinger, originalmente Anton Suitbert  Hellinger, nasceu em 16 de dezembro de 1925, na cidade de Leimen, Baden, Alemanha. Ele é um psicoterapeuta alemão associado ao método terapêutico mais conhecido como Constelações Familiares e Constelações Sistêmicas.
Nos últimos anos, o seu trabalho evoluiu para além desses formatos, para o que ele chama de movimentos do Espírito-Mente. Existem vários milhares de profissionais praticantes no mundo influenciados por Hellinger que, sem necessariamente o estarem seguindo, aplicaram e adaptaram as suas idéias originais a vários usos terapêuticos pessoais, organizacionais e políticos.

Os pais de Bert Hellinger tinham uma "forma particular de fé católica que os fez imunes às distorções do nacional-socialismo." Aos 10 anos de idade, ele saiu da família rumo a uma escola-mosteiro católica gerenciada pela ordem na qual, mais tarde, ele foi ordenado sacerdote e enviado, na condição de missionário, à África do Sul. Ainda quando estava na Alemanha, a Juventude Hitlerista local tentou, sem sucesso, recrutá-lo. Isso lhe resultou ter sido classificado como "suspeito de ser um inimigo do povo". Em 1942, ele foi recrutado para o exército alemão normal e presenciou combate na frente ocidental. Em 1945, foi capturado e preso em um campo aliado de prisioneiros-de-guerra, situado na Bélgica, de onde ele escapou para voltar à Alemanha.

Na ordem religiosa católica mencionada anteriormente, ele assumiu o nome religioso de Suitbert, derivado de “Bert”. Estudou Filosofia e Teologia na Universidade de Würzburg, antes de ser ordenado padre. No início de 1950, foi enviado para a África do Sul, e serviu de missionário entre os Zulus, período em que continuou os estudos na Universidade de Pietermaritzburg e na Universidade da África do Sul, recebendo um B.A.(Bacharel of Arts) e um diploma universitário que lhe dava o direito de ensinar nas escolas públicas.

Permaneceu na África do Sul por 16 anos, durante os quais foi pároco, professor e diretor de uma grande escola de estudantes africanos. Tinha responsabilidade administrativa sobre todo o distrito diocesano que possuía 150 escolas. Tornou-se fluente no idioma Zulu, participava dos rituais deles e foi agraciado com uma distinta visão-de-mundo.

Sua participação em uma série de treinamentos ecumênicos de dinâmicas-de-grupos inter-raciais, liderados por clérigos anglicanos sul-africanos, no início dos anos 1960, estabeleceu as bases para a sua saída do sacerdócio católico. Os treinadores trabalhavam a partir de uma orientação fenomenológica e estavam preocupados com o reconhecimento do que é essencial, considerando toda a diversidade presente, sem intenção, sem medo, sem preconceitos, baseando-se apenas no que aparecia. Ele ficou profundamente impressionado com a forma pela qual os seus métodos se mostraram capazes de reconciliar opostos por meio do respeito mútuo.

O início do seu interesse pela Fenomenologia coincidiu com a gradual dissolução dos seus votos sacerdotais. Hellinger relata que quando um dos treinadores perguntou ao grupo: "O que é mais importante para você, seus ideais ou as pessoas? Pelo o que você se sacrificaria?" isso não se tornou, para ele, meramente um enigma filosófico: ele estava extremamente sensibilizado pela forma como o regime nazista sacrificava os seres humanos por causa de ideais. Sobre o que derivou desse questionamento, Bert Hellinger diz: "Em certo sentido, a pergunta mudou minha vida. A orientação fundamental em relação às pessoas moldou todo o meu trabalho desde então."
Depois de deixar o sacerdócio, conheceu a sua primeira esposa, Herta, com quem se casou pouco tempo depois de ter retornado para a Alemanha. Ele passou vários anos da década de 1970 na Wiener Arbeitskreis für Tiefenpsychologie (Associação vienense de Psicologia Profunda) fazendo um curso clássico de psicanálise. Completou a sua formação na Münchner Arbeitsgemeinschaft für Psychoanalyse (Instituto Psicanalítico de Formação de Munique) onde foi aceito como membro praticante daquela associação profissional.

Em 1973, ele deixou a Alemanha pela segunda vez e viajou para os EUA para ser treinado por 9 meses por Arthur Janov. de quem recebeu muitas influências importantes que moldaram sua abordagem, inclusive, uma das mais significativas, vindo da Análise Transacional de Eric Berne.

Perto dos 70 anos de idade, ele não tinha nem documentado suas descobertas e abordagem nem possuía estudantes treinados para darem continuidade aos seus métodos. Por isso concordou com o psiquiatra alemão Gunthard Weber em gravar e editar uma série de transcrições de oficinas. Weber publicou o livro, ele mesmo, em 1993, sob o título Zweierlei Glück [Felicidade Dual]. Durante os próximos 15 anos, Bert Hellinger foi autor ou co-autor de 30 livros.

Hellinger viajou muito, fazendo palestras, workshops e dando cursos de formação em toda a Europa, EUA, América Central e do Sul, Rússia, China e Japão. Por causa do seu comportamento idiossincrático, Hellinger afastou alguns colegas e potenciais apoiadores por causa de declarações arrebatadoras que fez que acharam reduzir questões complexas a causas individuais ou por causa do incômodo que a sua maneira de abordar os clientes, por vezes com um tom cáustico e autoritário.
Enfim, quando alguém tem algo novo a dizer e precisa fazer isso com força, gera desafetos e isso não foi diferente com Hellinger: muitos profissionais se distanciaram da figura fundadora do método mas muitos outros continuaram vinculados, integrando novos desenvolvimentos dentro de suas próprias práticas.

Atualmente Hellinger e a sua segunda esposa Maria Sophie Hellinger dirigem a Escola Hellinger.



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