domingo, 7 de julho de 2019

""Como a Constelação Familiar tem ajudado 

na recuperação de detentos-

Fonte:


Um método fenomenológico usado para melhor reintegração de réus primários à sociedade e para o convívio dentro do sistema prisional é a Constelação Familiar. Trabalha-se com uma terapia em grupo entre jovens detentos sem reincidência de outros crimes que, por razão de uma instabilidade emocional ou psíquica, tenham sido condenados a restrição de liberdade.
Na Constelação Familiar, trabalha-se com os detentos as causas que os levaram a cometer a atitude que culminou na reclusão forçada.
O histórico familiar, o ambiente sociocultural em que cresceram e os traumas que influenciaram suas personalidades também entram em pauta. É dado enfoque na ideia de que eles pertencem à sociedade e de que precisam cumprir a pena em vigor para poderem recomeçar suas vidas.
Por meio da Constelação Familiar, os detentos estão passando a acreditar em melhores perspectivas, apesar de todos os entraves que a condição atual possa lhes reservar em um primeiro instante.
Desenvolver o autoconhecimento e estar mais ciente de suas fraquezas e virtudes também é algo que o detento aprende, de modo a poder ser reinserido na sociedade de forma mais satisfatória.
A Constelação Familiar tem demonstrado alto grau de reintegração de prisioneiros à sociedade sem registro de reincidência de crimes. Também se verifica a convivência dentro do sistema prisional, mais harmoniosa nos que se submetem a esta vivência em grupo.
Na legislação penal brasileira, o método pode ser usado como uma das condições para a diminuição de pena.


Origem e conceito da Constelação Familiar

A metodologia do estudo das causas e motivações que conduziram os condenados ao momento atual que vivenciam foi desenvolvida pelo psicanalista alemão Bert Hellinger.
Hellinger foi missionário por 20 anos na África, convivendo e observando as tribos Zulus.
Com a experiência e ao decidir se especializar em psicanálise, passou a enxergar um padrão nas relações familiares, padrão que constatou ser universal em qualquer grupo familiar.



Estudos de Hellinger

Quando um fato traumático ocorre dentro de uma família, é comum que esse trauma não tenha se originado repentinamente, por mera obra do acaso. Acredita-se que se trata de uma repetição de um evento semelhante que houve na família anteriormente.
É como se as repercussões do primeiro grande trauma fossem reproduzidas geração após geração, criando as mesmas, ou muita parecidas, condições que proporcionaram que um ou mais integrantes da família enveredassem pelo desfecho ruinoso.
No trabalho em grupo desenvolvido por Hellinger, o objetivo é identificar o possível trauma, que muitas vezes não é tão evidente como um episódio mórbido.
Em seguida observam-se os movimentos que vão acontecendo, os comportamentos, os sentimentos que se manifestam. E por fim, a compreensão das causas quanto à reprodução de determinados atos, que na maioria das vezes são inconscientes. E diante desta nova visão, as pessoas podem fazer escolhas mais eficazes e efetivas.
Esclarecer pontos do passado, contribuindo e protegendo a geração atual e os descendentes das repercussões das atitudes dos ancestrais é um dos objetivos da Constelação Familiar.
Talvez a melhor ilustração quanto à filosofia da Constelação Familiar seja um emaranhado de teia, um longo circuito de conexões que envolvem o indivíduo antes mesmo dele nascer.
Do ponto de vista da Constelação Familiar, ninguém nasce sozinho, isolado. Todos fazem parte de um sistema familiar que carrega toda uma bagagem de experiências que contribuirão para a formação do ser que se desenvolverá em seu meio.

A Constelação Familiar no Brasil

Uma das primeiras experiências com a Constelação Familiar ocorreu no estado do Ceará, por meio do programa “Olhares e Fazeres Sistêmicos no Judiciário”.
O programa é considerado como uma das boas medidas que o estado vem empregando na esfera criminal para fornecer alento aos jovens com pena a cumprir, seja de reclusão forçada ou de serviços comunitários a se prestar.
Esse programa situado na Vara de Execução de Penas e Medidas Alternativas inclui a Constelação Familiar. Tem sido eficiente em formar entendimento para os apenados de que precisam cumprir a sentença mesmo que se sintam injustiçados.
A abordagem para que os condenados participem da Constelação Familiar centra-se na ideia de aproveitar esse tempo que deverão permanecer em cárcere, estudando e prestando serviços à comunidade, assim como o esforço de entender o que ocorreu para que chegassem a essa situação limite. Isso evita que o episódio não se repita posteriormente.

Santa Catarina

Outro estado que começou a empregar a Constelação Familiar como um método alternativo para reinserção social é Santa Catarina.
O tratamento é focado em pessoas com problemas com drogas, problemas mentais e que tenham conflitos familiares.
A medida recebe apoio da Vara da Família do Norte da Ilha de Florianópolis. É realizada com os apenados da Casa do Albergado Irmão Uliano e no Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.

Dependentes químicos

No caso das pessoas condenadas por crimes e que sofrem de transtornos mentais, estão incluídos também os que perdem a sanidade mental em decorrência do uso excessivo de substâncias nocivas.
A Constelação Familiar foca para que os indivíduos aceitem, identifiquem o vício, vendo o consumo de drogas como uma ferramenta propulsora de crimes.
Nos estudos mais avançados, trabalha-se o sentimento de aceitação da família e das causas que os conduziram à situação trágica de momento.


Características dos participantes

Geralmente os condenados que participam da Constelação Familiar apresentam características em comum.
Na maior parte das vezes, são réus primários que sucumbiram ao uso das drogas, no entanto, não participam de organizações criminosas e têm bons antecedentes.
Eles geralmente não representam grandes perigos, mas se não forem bem orientados, se forem entregues ao sentimento de total abandono, uma vez reclusos, podem se tornar reincidentes.
Algumas das características dos  participantes:
  • Baixa escolaridade;
  • Condições de pobreza;
  • Estrutura familiar desarmônica;
  • Traumas familiares.
Os sentimentos que comumente exprimem:
  • Abandono;
  • Revolta;
  • Impotência.

Constelação Familiar em outros contextos

Mas não é apenas no contexto penal que a Constelação Familiar é empregada.
Esses momentos de autodescoberta, de análise do passado para se compreender o presente e ter condições de moldar o futuro, são dolorosos e regenerativos ao mesmo tempo.
São úteis tanto para casos extremos, como os condenados por um crime inafiançável, como para pessoas que lidam com problemas familiares, como processo de separação ou divórcio.
Por isso, a Constelação Familiar vem sendo optada não só por juízes, mas por profissionais da saúde e terapeutas como alternativa para mediação e resolução de problemas familiares.
Se você achou o método interessante, se precisa de uma medida dessa natureza para recuperar a harmonia interna e dentro de casa, aproveite para conhecer o nosso Workshop de Constelação Familiar.
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A Constelação Familiar Sistêmica e seu grande propósito

Fonte:

Constelação Familiar Sistêmica foi o nome criado por Bert Hellinger, um psicoterapeuta alemão, para um trabalho que vai além da nossa consciência pessoal (o que somos, o que queremos, identidade, nossas defesas, motivações, etc…), diferente do propósito das psicoterapias convencionais.
Podemos enfatizar o que Constelação Familiar Sistêmica não é: não é uma psicoterapia, não é uma terapia breve, não é um trabalho de desenvolvimento mental, não é um trabalho de autoconhecimento. É uma vivência, onde nos dispomos a expandir nossa consciência para algo além, para a consciência sistêmica, ou seja, olhar para muitos fatos dos quais não temos a menor consciência e, mesmo assim, sofremos com eles.
Com certeza, a Constelação Familiar Sistêmica colabora e muito para todos os processos de desenvolvimento pessoal.


O que significa ter consciência sistêmica?

Existem alguns pressupostos para o desenvolvimento da Consciência Sistêmica e a 
compreensão da vivência da Constelação.


Pressuposto 1

Somos parte de um sistema familiar, ocupamos um lugar dentro deste sistema e nos 
relacionamos com ele constante e inconscientemente. Na família aprendemos sobre 
o amor, pois somos frutos dele, porém, pode se tornar um amor saudável ou não saudável.


Pressuposto 2

Os sistemas funcionam através de leis sistêmicas, que têm o propósito de manter 
a harmonia e equilíbrio dos mesmos. Quando transgredimos estas leis, geralmente
 inconscientes, podemos perder o equilíbrio e integridade, e os aprisionamentos 
e/ou emaranhamentos podem ocorrer.
O que são emaranhamentos? Podemos nos sentir aprisionados, com sentimentos de
 angústia, raiva, depressão, medo, culpa, e não conseguimos sair, apesar de todo 
esforço que fazemos para compreender nossos sofrimentos, sair de um círculo vicioso
 de dor, doenças emocionais, psíquicas ou físicas. E as causas destas desarmonias
 podem ser sistêmicas, pertencentes ao nosso sistema de origem e não a nós, 
pessoalmente.
Diante de um novo olhar, ampliando nossa visão, percebemos e compreendemos na Alma,
 ou seja, no sentimento, o que está acontecendo. Com isto, podemos nos liberar para 
estados de maior liberdade de ser.


Pressuposto 3

O caminho percorrido por Bert Hellinger é o caminho fenomenológico. Um conhecimento 
que não chega através do racional, do mental, mas de uma entrega profunda aos
 fenômenos observados. Este conhecimento é um presente, como Bert Hellinger diz.
Bert foi“guiado”, de certa forma, a este caminho, em função de buscar a compreensão
 destes fenômenos, além da visão psicológica. É um trabalho para nossas almas, onde
 é preciso estar sem intenção, num vazio interior, nos dispormos a ver além da mente 
e olhar para o desconhecido.

Pressuposto 4

Na Constelação Familiar Sistêmica, o que importa é o que acontece, os movimentos que 
vão se dando, naturalmente, dentro de um campo, chamado campo sistêmico ou campo
 mórfico, e que possui uma memória dos acontecimentos familiares ou sistêmicos.
Assista em nosso canal do  YouTube, o vídeo  “A ilusão da realidade – Rupert Sheldrake –
 campo mórfico”, ele fala sobre os Campos Mórficos,  para aprofundar sua compreensão 
sobre esses campos.




Pressuposto 5

Bert Hellinger descobriu três leis que regem os sistemas:


Lei do Pertencimento

Todas as pessoas têm direito a pertencer a seu sistema. Quando isto não acontece, 
surgem os desequilíbrios sistêmicos.
Por exemplo: uma pessoa da família que se suicidou, é viciada ou enlouqueceu pertence 
ao sistema e deve por ele ser incluído e respeitado. Uma criança abortada também tem 
direito a um lugar.
As situações de exclusão geram perturbações ao sistema como um todo. O sistema possui
 uma memória de tudo o que ocorreu em sua criação e busca o equilíbrio nesta ou nas
 próximas gerações. Há uma Sabedoria Superior regendo o sistema.




Lei da Hierarquia

Existe uma ordem de chegada dentro de um sistema familiar e esta deve ser respeitada 
para que flua o amor e a harmonia no mesmo.
Por exemplo: os pais, dentro desta ordem, vieram antes dos filhos e devem ser respeitados
 e amados pelos filhos, como filhos; o irmão mais velho tem precedência ao irmão mais
 novo e isto deve também ser respeitado para que o equilíbrio se estabeleça no sistema. 
E, assim, a todos que vão chegando ao sistema. Isto se aplica a outros sistemas, como 
educacional, empresarial, judiciário, entre muitos
outros.


Lei do Equilíbrio de Troca

Entre as pessoas deve haver um “dar e receber” equilibrado. Quando damos mais amor e
 atenção ao outro e não recebemos na mesma quantidade, nos sentimos ressentidos ou
 “cobradores”. O contrário também acontece: se recebemos muito amor e não o damos, 
na mesma medida, nos sentimos “devedores” e sentimos culpa e medo. Com isso, a
 tendência é nos afastarmos.
Esta lei atua nas relações afetivas, de amizade e íntimas. Quanto mais trocamos, mais 
fortalecemos nossos vínculos e, quanto menos, mais superficial eles o são.


Pressuposto 6

Pertencemos a outros sistemas além do familiar, como o da escola, do trabalho, da classe
 profissional, da cidade, estado, país, do mundo, do universo e mais além. O nosso corpo 
é um sistema também, onde todos os órgãos se relacionam e seguem leis precisas.


O grande propósito da Constelação Familiar Sistêmica

O propósito da Constelação Familiar Sistêmica é olhar para estas ordens do Amor, como 
Bert as chamou, e observar os desequilíbrios destas leis, buscando a solução para os
 conflitos sistêmicos.
O constelador e o cliente se expõem a este campo sistêmico, sem intenção, apenas para
 conhecer o que o sistema se dispõe a revelar e, com isto, trazer clareza e soluções para a situação que ele vive.
A vivência da Constelação Familiar Sistêmica teve seu início em grupos, onde há uma 
pessoa que é constelada, que traz uma questão e o grupo participa assistindo e/ou 
representando pessoas da família. Devido à necessidade criou-se o trabalho de 
constelação individual, onde se utilizam bonecos como representantes. Tanto uma 
forma quanto a outras seguem os princípios básicos do trabalho.
É um trabalho que pretende ver as coisas como são, conhecer a verdade presente em 
cada situação e, com isto, contribuir para novas escolhas e seguir os movimentos da alma.
A formação do constelador é longa e requer tempo, pois não se trata apenas de uma
 técnica, que se aprende nos cursos de formação, mas principalmente de uma entrega 
profunda a uma “guiança” a Algo Maior, ao Espírito.
Hoje existem constelações sistêmicas em empresas, escolas e outros sistemas, mostrando
 como a amplitude desta visão pode contribuir para o fluxo do amor e da harmonia nos
 sistemas.
Cada vez mais o trabalho vem se ampliando e, com isso, surgiram as Novas Constelações,
 com vários desdobramentos, expandindo o nosso modo de ver além!
Para quem quiser se aprofundar um pouco mais neste estudo, sugiro o livro “Constelações
 Familiares: o reconhecimento das ordens do amor – Conversas sobre emaranhamentos
 e soluções” de Bert Hellinger e Gabriele ten Hövel. É um livro de fácil leitura e muitos
 esclarecimentos básicos.

Três dos últimos livros de Bert Hellinger, “Olhando para a alma das crianças”,
 “A cura” e “O amor do espírito”, são verdadeiras sínteses do que vem sendo este 
desenvolvimento do trabalho sistêmico.
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Gratidão, gartidão

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