sábado, 18 de outubro de 2014

HELLINGER - CONCEITOS


















"Existem coisas más ou pesadas que nos pertencem como um destino pessoal: por exemplo, uma doença hereditária, circunstâncias traumáticas de nossa infância ou uma culpa pessoal. Quando concordamos com o que é pesado e o incorporamos à realização de nossa vida, isso se torna para nós uma fonte de força.


Quando, porém, nos rebelamos contra esse destino, por exemplo, contra um ferimento de guerra, ele rouba a força de nosso destino. O mesmo vale para a culpa pessoal e suas conseqüências." -
Bert Hellinger















"Quando se vê que clientes ficam doentes ou querem se suicidar por amor à sua família, e conseguem se libertar dessa pressão, então ficam acolhidos em sua família de um modo totalmente diferente do que antes. Se antes já estavam dispostos a morrer, nessa ligação não estão menos dispostos, se é para isso que a doença leva. Mas agora eles se expõem à doença de uma outra forma. A saúde não é mais o maior bem.


Muitos médicos e doentes comportam-se como se a saúde fosse o maior bem. Mas não é assim. Ou como se a vida fosse o maior bem. Também não é isso. A alma tem outros critérios. Se for permitido que ao lado da saúde também o estar doente seja significativo e grande, e que o morrer, em sua hora, é significativo e grande, então poder-se-ia lidar com a doença e a morte mais serenamente.


O dito filosófico mais antigo do mundo ocidental provém de um certo Anaximander. Heidegger escreveu um longo ensaio sobre essa sentença e sondou a sua profundidade. Na tradução usual a sentença diz: "Onde as coisas têm a sua origem, para lá também devem submergir segundo a necessidade; pois precisam pagar penitência e serem punidas pelas suas injustiças, conforme a ordem do tempo".

Quer dizer o seguinte: quem se retém a vida além do tempo, peca na essência. Nós vamos com a corrente da vida e com a corrente da morte. Essa é a grande harmonia. Dentro dessa corrente resultam tanto o bem-estar e a cura como também o estar doente e o morrer. Então, teremos perante a vida e a morte uma  outra  postura. "
 Bert Hellinger














preciso saber que cada um está feliz com 
o seu problema.   É    uma   felicidade   bem

profunda, porque na infelicidade se sente ligado aos outros e pertencente. A felicidade, ao contrário, causa solidão.



Se sigo o caminho da felicidade, preciso me desligar de algo e isso dá medo. Contudo, nesse caminho alcanço um nível mais elevado. Nele me sinto conectado com algo maior, mas liberto de outras coisas e do estreito." -   Bert Hellinger














"(...) Muitos problemas surgem porque nós nos agarramos, por assim dizer, ao próximo e ao estreito. Quando olhamos para os nossos problemas, ou para os problemas num relacionamento, ou outro qualquer, então olhamos muitas vezes apenas para o estreito, o próximo, o nítido, e todo o contexto a que isso pertence, nos escapa. 

Entretanto, o estreito e o próximo só têm o seu significado e sua força na ligação com aquilo que os ultrapassa, Por isso, via de regra, a solução consiste em ir para além do estreito e do próximo para o distante, para o amplo. 

Então, em vez de olharmos para nós mesmos, por exemplo, para os nossos desejos e para aquilo que vemos como nossos problemas ou como nossas feridas ou nossos traumas, olhamos para os nossos pais, para a família. De repente, estamos ligados a algo mais, estamos ligados a muitos. Então, aquilo que experimentamos como algo nefasto ou que causa sofrimento tem seu lugar em um contexto maior." -
Bert Hellinger








"A esperança está voltada para a frente, para o futuro. Está unida ao desejo de que passe ou melhore algo do presente. Assim, ela também se afasta de algo.

Quando o presente nos oprime, por exemplo, com uma doença grave, a esperança de melhora nos encoraja e alivia o peso do presente. Quando buscamos uma meta ou assumimos uma tarefa, também esperamos alcançar a meta e realizar a tarefa.


Assim, a esperança nos anima, nos puxa, nos dá asas. Ela ajuda a definir o caminho para a meta, até que a alcancemos. A esperança também nos mostra até que ponto cumprimos nossa tarefa. Ela cessa quando a tarefa foi cumprida com êxito e é finalmente preenchida e cessa na meta.

Como nos sentimos quando alcançamos a meta final e realizamos nossa tarefa? Muitas vezes, já não sabemos o que fazer e para onde ir. Esperamos por uma nova meta, um novo trabalho, um novo desafio - uma nova esperança. Por isso, a esperança não cessa enquanto vivemos." - Bert Hellinger






                                                                                "Muitas vezes, a preocupação significa   o cuidado 
 por alguém que não pode prover a si mesmo. 
Assim, os pais cuidam de seus filhos pelo tempo em que esses necessitam deles. Esse cuidado é dispensado a doentes e deficiente físicos. Essa preocupação une; ela provém do amor e é profundamente humana. 

Quem cuida sente-se unido ao outro por solidariedade humana e se dedica a ele pelo tempo que for necessário.

Existe também uma preocupação arrogante, especialmente quando nos preocupamos por alguém que pode cuidar de si mesmo e responder pelo próprio querer e agir, sejam quais forem as conseqüências para si e para os outros. 


Essa preocupação separa. Ela enfraquece aquele por quem nos preocupamos. Tolhe sua liberdade, fazendo com que ele próprio se preocupe por quem se preocupa por ele. Essa preocupação impede o outro de seguir o próprio caminho e assumir o próprio destino. Além do mais, quem se preocupa pelo outro comporta-se como se tivesse o poder e o direito de decidir sobre o destino dessa pessoa.

Os pais freqüentemente têm esse tipo de preocupação por seus filhos adultos. Os terapeutas e outros profissionais da ajuda também se preocupam, às vezes, por seus clientes. Com isso estes ganham poder sobre eles, assim como os filhos ganham poder sobre os pais, quando estes se preocupam por eles. 

Esses clientes têm os terapeutas nas mãos, seja ou não justificada a preocupação deles. Podem amedrontá-los e mesmo chantageá-los. Contudo, enquanto dura essa preocupação, o amor já não os une. Em seu lugar aparece a irritação, tanto em quem se preocupou inutilmente, quanto naquele que motivou essa preocupação.
O único remédio, nesse caso, é que quem se preocupou deixe de cuidar do outro." 
 Bert Hellinger










“Quando encontramos outras pessoas sentimos imediatamente se elas têm força e quanta. Uma pessoa que ama seus pais evidentemente tem mais força que alguém que rejeita um deles ou mesmo ambos. 

Homens e mulheres que têm filhos e cuidam amorosamente deles têm mais força que homens e mulheres sem filhos. Via de regra, também as pessoas casadas têm mais força e peso que aquelas que ficaram sozinhas. 

Portanto, é evidente que pessoas ligadas a muitas outras têm mais força que aquelas que se isolam, não importando quais sejam os motivos para tal".

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