quinta-feira, 5 de setembro de 2019

BOA E MÁ CONSCIÊNCIA SEGUNDO BERT HELLINGER, O MITO DA CAVERNA DE PLATÃO E AS CONSTELAÇÕES

 ESTRUTURAIS





Por Adriana Batista.
Outro dia, no meu grupo de Pedagogia Sistêmica, surgiu um debate específico onde
observei as posições se polarizando. Isso me permitiu uma bela reflexão que compartilho
aqui (com adaptações):

“Meninas, como é bom participar de um grupo onde as pessoas expõem suas ideias, mostram
 suas diferenças e são ouvidas e respeitadas! Para mim, foi muito enriquecedor ler os dois lados.
A Filosofia das Constelações Estruturais, segundo Mathias Varga e Insa Sparrer, põe
luz sobre um aspecto explorado em tantas outras filosofias seculares, que Bhuda chamou de
 “Caminho do Meio”, e lá, nas Estruturais, chamamos de AMBAS AS COISAS. Quando
temos um dilema, existe uma opção que vai além de escolher uma coisa ou outra. Há um
 lugar, que reside “nos entres”, onde não é obrigatório abrir mão de uma opção para ficar com
 a outra, porque nesse local há espaço para CONVIVÊNCIA e INCLUSÃO. “Ambas as
 coisas” quer dizer a integração daquilo que é bom numa e noutra proposta, pois há aspectos
 que podem coexistir. Permita-se ampliar o olhar, abra um espaço na alma, e algo totalmente
 novo poderá te tocar. O princípio cibernético de Heinz Von Forester preconiza: “Atue de
 maneira que aumente sempre as opções.” Ou seja, passe de um mundo fechado a outro
 mais amplo (não é esse o efeito de uma Constelação?).
Problema e solução coexistem em diferentes níveis da realidade. Segundo o filósofo
 austríaco Ludwig Wittgenstein: “O mundo das pessoas felizes é outro mundo diferente
 daquele das pessoas infelizes.” A chave pode não estar nem no modelo antigo, nem
 tampouco numa solução pronta e acabada, mas no caminho do meio.

Há um local de CONCILIAÇÃO onde ocorre a alquimia: a verdadeira TRANSFORMAÇÃO.
AMBAS AS COISAS: honro o que pôde ser, honro também o que é até este momento, e
 então me abro para o novo, INTEGRANDO tudo.
O CAMINHO DO MEIO (AMBAS AS COISAS)
É difícil chegar nele porque é o caminho da “má consciência”, pois nele coloco em risco o
 meu Pertencimento ao me permitir pensar/agir/discernir um pouco diferente do meu
 grupo. O caminho do crescimento é, portanto, um caminho solitário.
BOA/MÁ CONSCIÊNCIA E O MITO DA CAVERNA
Como no mito da Caverna de Platão, ou você fica no “conforto”, protegido, vendo o que
 todos veem, repetindo o que todos dizem, ou sai da caverna e vê um mundo maravilhoso
 lá fora, porém, é chamado de louco quando fala desse mundo aos que permanecem na caverna.
O Pertencimento é colocado em risco, mas aquele que sai, impulsiona todo o sistema que
 precisa se reposicionar diante do espaço vazio. Os que ficam na caverna e ouvem o relato,
ainda que sejam contra, não serão mais os mesmos, pois entraram em contato com um
mundo de possibilidade. Alguns, cedo ou tarde, também vão querer sair da caverna.
 Trata-se da Ovelha Negra, não na acepção pejorativa, mas no sentido de ser disruptivo
 e inspirar novas gerações.E isso é lindo!Adriana Batista - Experiência Sistêmica
Fonte: https://www.movimentosistemico.com

Se você ainda não assistiu Piper, não perca a oportunidade. Se já viu, aproveite
para ver novamente com um novo olhar. Para mim, esse curta de 5min, que
ganhou um Oscar em 2017, traduz a frase dita por muitos filósofos: a leitura
 do mundo precede a leitura da palavra. As mães podem aprender muito
 observando a natureza, neste caso, agindo tal qual a mãe do Piper. 

As mães
 não devem fazer pelos filhos. Precisam confiar que eles conseguem e suportar
 vê-los cair para depois levantar, apenas estando presentes e dando suporte.
 Em outras palavras, é dizer “- Sim, você dá conta! Tente quantas vezes for preciso.
 Eu estarei ao seu lado.” Quando uma mãe vê o filho falhar e diz “- Eu faço
 por você”, ela está olhando para o filho? Ou ela olha para sua própria dor?
Algumas, inclusive, traduzem assim: “- Não suporto ver meu filho sofrer.” Quem
 é o sujeito da frase? “Eu”, ou seja, a própria mãe. Por consequência, o filho
 não se sente visto. E como ela se sente ao fazer pelo filho? Eu diria aliviada.
 E como fica o filho? Sem força. Ele recebe a mensagem “Você não dá conta”,
e talvez pense: “Se minha mãe, a pessoa que mais me ama, pensa que não consigo,
 deve ser porque de fato não posso.” E por conta do imenso amor que os filhos
 sentem pela mãe, o inconsciente deles é muito obediente a ela, assim, acabam
cumprindo a profecia. Portanto, a chave é SUPORTAR. A boa notícia? O efeito é
 o mesmo quando a mãe confia e diz: “Meu filho, você é capaz.”! E ele
 segue pela vida pleno, exercendo sua própria força!
Concluo com uma frase para reflexão:
“E POR NÃO SABER QUE ERA IMPOSSÍVEL, FOI LÁ E FEZ.”
Fonte Adriana Carneiro Batista - Experiência Sistêmica





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