sexta-feira, 23 de agosto de 2019

O EX

Algumas pessoas fazem a nova relação girar em torno do inimigo comum que seria o ex, sem perceber que acabam tornando-o tão presente que não conseguem se despedir dele. Então como já expliquei, três pessoas acabam participando da formação do casal, e isso não funciona direito. 

Nas famílias reconstituídas ocorrem muitos conflitos por não ficarem claro o papel, o lugar ou as prioridades de cada um. Quando há filhos, é preciso ser especialmente cuidadoso. Uma coisa importante a ter em conta é que os filhos de relacionamentos anteriores têm prioridade sobre o casal posterior pelo simples e sensato fato de que chegaram antes, ou seja, a antiguidade conta. 

A maioria das pessoas se preocupa espontaneamente com o bem-estar dos filhos anteriores de seu companheiro, e especialmente elas não pretendem ter proeminência sobre eles, nem cedem aos ciúmes, invejas ou comparações. E os que têm filhos não se arriscam a menos que percebam que o novo companheiro é respeitoso e tem consideração por eles. A prioridade em relação aos filhos de relacionamentos anteriores também significa que o pai ou a mãe pode lhes dar um espaço especial, e o novo companheiro tem de respeitar esse espaço.[...] Quando isso ocorre, os filhos se tranquilizam e se inserem bem na nova estrutura. [...]
No entanto, um novo companheiro não pode substituir o pai ou a mãe real, nem deve pretende-lo. Senão, perderá a confiança do filho, que será leal, mais ou menos abertamente, ao verdadeiro pai ou mãe. Claro que o novo pode e deve ser uma figura de autoridade e de cuidado, mas pelo fato de ser adulto, e não pelo fato de ser pai ou mãe.




 Joan Garriga Bacardí (Trecho extraído do livro "O amor que nos faz bem")

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