terça-feira, 22 de março de 2016

os Indignados







A Indignação  Constelação Familiar | Celma Nunes Villa Verde
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Quando nos tornamos indignados sobre uma situação qualquer, parece que estamos 
do lado do bem e contra o mal, do lado da justiça e contra à injustiça. Parecemos então 
ser aquele que intervém entre o agressor e sua vítima de modo a impedir um mal maior.
Contudo, pode-se também intervirentre eles com amor, e isso seria, com certeza, melhor.
 Assim, o que o indignado quer? O que ele realmente obtém?
O indignado se comporta como se ele próprio fosse uma vítima, embora não seja. 
Ele assume o direito de exigir uma reparação do agressor embora nenhuma injustiça 
tenha  sido feita, pessoalmente a ele. Ele assume a tarefa de advogado das vítimas, 
como se ele tivesse  dado a ele o direito de representá-las; e fazendo assim,  
deixa as verdadeiras vítimas sem direito.

E o que faz o indignado com esta pretensão? Ele toma a liberdade de fazer coisas más 
aos agressores sem medo de qualquer consequência ruim para sua própria pessoa; pois
 suas más ações parecem estar a serviço do bem, e assim elas não temem qualquer  
punição. De  modo a manter sua indignação justificada, tal pessoa dramatiza tanto a 
injustiça sofrida pelas  vítimas quanto as consequências das ações da parte culpada.

 Ela intimida as vítimas a verem a injustiça  pelo mesmo modo com ela mesma vê. 
De outro modo, caso as vítimas não concordem, tornam-se suspeitas e alvo de uma
 indignação justificada ,como se elas mesmas fossem agressores.

Da perspectiva da indignação é difícil para as vítimas deixar seu sofrimento ir embora,
 e é difícil para os agressores deixarem sua culpa ir embora. Se às vítimas e aos agressores
 for permitido encontrar uma resolução e uma reconciliação por seus próprios meios, 
elas podem se permitir, uma a outra, um novo começo. Mas se a indignação entra em cena, 
tal resolução é muito mais difícil, pois o indignado, geralmente, não fica satisfeito até
 que o agressor tenha sido completamente destruído e humilhado, mesmo que isto, ao ser 
feito, intensifique o sofrimento das vítimas.

A indignação é em primeiro lugar uma questão de moralidade. Isto quer dizer que 
o indignado  não está realmente preocupado em ajudar outra pessoa, mas comprometido
 com uma certa demanda para a qual ele se proclama o executor. Deste modo,
 ao contrário de alguém que ama, tal pessoa naõ conhece nem contenção, nem 
compaixão.
“Nós estamos liberados do mal quando podemos, serenamente, deixá-lo ir.”




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