"O ódio é amor decepcionado. É, sobretudo, um sentimento infantil, contudo, não resulta sempre de uma decepção pessoal. Com freqüência, o ódio aparece quando alguém assume, inconscientemente, a decepção de um outro membro de sua família.
Por exemplo, odiamos em nome da nossa mãe quando queremos vingar uma injustiça cometida contra ela. O ódio que se manifesta, às vezes, em atos cegos de vingança é, em sua desmedida, um sentimento infantil. Porém ele é brandido como luta por uma causa justa, por exemplo, em nome do grupo ou do povo ao qual se pertence. Leva pessoas a empenhar e sacrificar a própria vida a serviço dessa vingança.
Que imagem interna nutre e atiça esse ódio? - É a imagem da mãe, a quem nossa criança diz: "Por ti farei qualquer coisa".
Como podemos lidar com essas pessoas raivosas? Como chegar a elas e levá-las à reflexão? - Amando a mãe delas e amando a imagem que elas fazem da mãe. Não precisamos dizer isso a elas. Não devemos tratá-las como crianças, embora, em seu íntimo, o sejam, mas guardamos em nós essa imagem e a respeitamos. Com isso, já não oferecemos ao seu ódio uma face agressiva.
Abstendo-nos de tomar partido, apenas reconciliamos internamente ambos os lados, com respeito.
O que nos acontece então? - A imagem da mãe, pela qual seus filhos combatem tão furiosamente, olha amigavelmente para nós e, por nosso intermédio, também olha amigavelmente para os seus filhos.Dessa maneira o ódio mostra sua outra face - uma face amorosa." -
Bert Hellinger
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