"Sophie e eu temos observado que as tatuagens representam alguém na família.
É lindo. Com a tatuagem alguém inclui um morto. Se isto é compreendido, tem um bom
efeito. Então a tatuagem é a porta de entrada para que o excluído tenha um lugar na alma
do outro. Na minha imagem não é necessário remover essas tatuagens. Apenas lembre-
se: 'Agora eu estou completo'."
"Algumas pessoas se agarram à ilusão de inocência minimizando sua participação na vida.
Em vez de aceitar integralmente aquilo de que necessitam e se sentir obrigadas, elas se
fecham, fugindo da necessidade e da vida. Sentem-se livres da necessidade e da
obrigação e, por não sentirem necessidades não precisam aceitar nada.
Entretanto, apesar de se julgarem inocentes e desobrigadas, a inocência delas é a do
observador distanciado. Não sujam as mãos, por isso se consideram superiores ou
especiais. Seu gozo na vida, porém, é limitado pela estreiteza do seu desenvolvimento e
elas se sentem, conseqüentemente, vazias e insatisfeitas.
Semelhante atitude pode ser notada em muitas pessoas que sofrem de depressão. Sua
recusa em aceitar o que a vida oferece desenvolve-se primeiro no relacionamento com um
dos pais, ou com ambos, e mais tarde transfere-se para outros relacionamentos e para as
coisas boas do mundo.
Algumas justificam a recusa queixando-se de que o que receberam não foi o bastante ou
não lhes convinha. Outras apontam os erros e limitações do doador,
mas o resultado é o mesmo - continuam passivas e vazias".
Bert Hellinger, trecho extraído do livro A Simetria Oculta do Amor, Ed. Cultrix.
CONSTELAÇÃO SISTÊMICA NÃO É MILAGRE, É TRATAMENTO.
Constelação Sistêmica (Familiar, Organizacional, Pedagógica) é uma intervenção terapêutica. Terapêutica significa o tratamento de uma doença que pode ser física, emocional, da alma. Não necessariamente uma doença que apenas o médico poderia tratar.
Constelação Sistêmica não vai lhe trazer O Milagre, ainda que inúmeros depoimentos de clientes e não clientes nos indiquem a “quase mágica”, a tamanha efetividade deste trabalho.
Isso é visto também nas organizações. Várias empresas com as quais trabalhei, vivenciaram mudanças significativas após constelarem. Por exemplo, na efetivação de contratos, no lapidar de produtos e serviços, na melhoria nas relações de trabalho, inclusive com indicação daqueles colaboradores que deveriam ser dispensados, e que foram – com respeito.
Algumas, no entanto, se depararam com a necessidade de restringir, de mudar totalmente naquilo que, a priori, não gostariam que houvesse sido indicado.Pessoas... Quantas mudanças!
Poderia passar horas aqui relatando: filhos que voltaram a se relacionar com pais e irmãos, dinheiros que foram recebidos logo após a Constelação, doenças que foram curadas, mudanças profundas no relacionamento de casais...
Contudo, isso não ocorre com todos.
Há pessoas que precisam, além da Constelação, de TERAPIA. Sim: psicoterapia no duro. Ajuda de um profissional habilidoso que possa olhar com o cliente para suas dificuldades; de preferência um profissional que não queira ser “melhor” que os pais do cliente (por pior que eles tenham sido) e que não gere dependências em relação à terapia.
Outras pessoas precisam de algumas Constelações, não apenas 1 (uma).
E após a Constelação, é necessário buscar mudanças (esperar sentado por elas, geralmente não funciona). Outras pessoas precisam de orientações. Especialmente algumas mães e pais de crianças e adolescentes.
Há algum tempo atendi um menino de 3 anos que participou de um grupo de 8 semanas. Quando chegou a vez do menino constelar (porque era um grupo de crianças, cada semana uma das crianças constelava, com a presença de seu pai e/ou mãe, claro), ele constelou um medo (medinho a toa, se fossem adultos julgando). Ele não dormia bem, não desgrudava da mãe por nenhum momento, era muito difícil ir para a escola, só a mãe poderia busca-lo, ele não ia com ninguém sem a presença da mãe. Na mesma noite a criança dormiu; no dia seguinte à Constelação, a criança foi para a escola com tranquilidade e disse que o pai poderia busca-la (e ele foi). A criança ficou livre de muitos de seus medos. Melhorou em muitos aspectos, segundo a mãe.
Mas, um detalhe importante: este menino frequentou todos os 8 encontros do grupo, mesmo com 3 anos, participou de Constelações de seus coleguinhas; seus pais estiveram presentes em todas as Constelações do grupo, já haviam constelado antes e estavam disponíveis para receber orientações (e receberam).
Não foi mágica, foi construção, foi tratamento. Especialmente de criança, que vive o pensamento mágico que nos aprisiona nos emaranhamentos sistêmicos.
Lembro-me de uma parábola acerca de odres, que são aqueles sacos de couro, tipo cantil, onde se transportava vinho (líquidos, na verdade), que se usava antigamente.
Jesus dizia: «Não se põe vinho novo em odres velhos; senão, os odres partem-se, o vinho derrama-se e os odres perdem-se; mas põe-se vinho novo em odres novos.»
E em outro momento, na mesma parábola, ele diz: ”Acresce ainda a circunstância do paladar: o que se acostumou ao vinho velho não quer o novo”.
Isso também tem a ver com as Constelações.
Milagres existem. Curas existem. Mas não são tão fáceis assim.
Não espere que 1 (uma) Constelação faça o milagre na sua vida, que mude a sua vida “da água para o vinho”. Tome responsabilidade pelo seu processo ou do seu filho (criança ou adolescente) e lembre-se: talvez você precise de mais ajuda. Portanto, procure por ela.
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